Entregar cultivares produtivas é o nosso compromisso. Contribuir para o desenvolvimento da agricultura, através de pesquisa e inovação, potencializando os resultados dos produtores, é o nosso propósito.

    Qualidade aprimorada da fibra confere novos mercados ao algodão e Brasil se estabelece como líder global

    A escolha correta de cultivares resistentes a cisto mantém a população abaixo do nível de dano e oferece boas produtividades em áreas com infestação.

    4 de setembro de 2024

    Especialista em melhoramento genético reforça a importância do desenvolvimento de biotecnologias para garantir a sustentabilidade do status brasileiro

    A cotonicultura brasileira tem registrado avanços impulsionados por biotecnologias que visam aprimorar a produtividade e enfrentar os desafios do campo. Os constantes investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento resultam em um desempenho expressivo que pode conferir ao Brasil o posto de maior produtor mundial. Na safra 2023/2024, por exemplo, a colheita chegou a mais de 3,7 milhões de toneladas de algodão, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Além disso, o país se tornou, pela primeira vez na história, o maior exportador de algodão do mundo, superando os Estados Unidos.

    Esse crescimento reflete não apenas a capacidade produtiva, mas também as inovações implementadas nos últimos anos, como o melhoramento genético, que confere resistência a pragas, doenças e maior adaptabilidade às condições climáticas adversas. “O Melhoramento genético tem permitido que o Brasil não apenas amplie sua produtividade, mas também melhore a qualidade da fibra, um fator essencial para consolidar nossa posição no mercado internacional”, afirma Eduardo Kawakami, head de P&D na TMG -Tropical Melhoramento & Genética, empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho, que trabalha para entregar inovação ao campo.

    Para o especialista, essas inovações ajudam a fidelizar relações que já consomem nossos produtos e abrir novos espaços em outros países. O Egito, tradicional pela reputação da qualidade da fibra do algodão, abriu seu mercado de algodão em pluma para as exportações brasileiras em 2023. Atualmente, a expectativa é de que a demanda dobre no ciclo 2024/25, segundo a Abrapa. “A qualidade da fibra é um dos nossos grandes diferenciais. Um manejo adequado e processos eficientes de beneficiamento também são fundamentais para manter essa qualidade, mas o melhoramento genético é parte intrínseca desse processo”, acrescenta.

    Mercado cotonicultor ainda enfrenta desafios

    Apesar dos avanços, o mercado cotonicultor brasileiro ainda enfrenta desafios, especialmente relacionados ao bicudo-do-algodoeiro. Considerada a principal praga da cultura do algodão, tem um alto poder destrutivo, limitando o potencial máximo de produção da planta e depreciando a qualidade da fibra. A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) revelou que a temporada 2023/24 registrou a pior média populacional em 12 anos, com 8,97 bicudos por armadilha por semana.

    O controle dessa praga não é simples e exige esforços contínuos em P&D. Kawakami explica que a biotecnologia, embora seja promissora, é um processo de médio a longo prazo, podendo levar de 10 a 12 anos para apresentar soluções disponíveis para o mercado. Quando se trata de melhoramento genético, o desafio é ainda maior, podendo demandar de 15 ou mais anos. “Estamos falando de um atributo que não temos em nosso banco genético e, de forma geral, o mercado ainda não tem também. Precisamos, então, buscar biotecnologias para incorporar essas características no algodão. Isso envolve desafios significativos, que vão desde encontrar a solução ideal até garantir que ela seja efetiva no combate ao bicudo e segura para o meio ambiente,” destaca.

    Um dos desafios específicos é o manejo chamado de “destruição de soqueira”, que envolve a eliminação dos restos de  algodão após a colheita para evitar que o bicudo encontre alimento durante o intervalo entre safras. Há também a necessidade de uma integração mais eficiente entre cultivos, como a soja, para reduzir o impacto da praga. “Estamos buscando desenvolver cultivares de soja que se encaixem nessas biotecnologias e ajudem a promover um controle maior. Acredito que já temos algumas opções promissoras que poderão beneficiar os produtores, como é o caso da soja resistente ao herbicida 2,4D”, afirma o profissional.

    Congresso Brasileiro do  Algodão apresenta resultados do trabalho de pesquisa e desenvolvimento do setor

    O 14º Congresso Brasileiro do Algodão, que ocorrerá de 3 a 5 de setembro em Fortaleza (CE), será um espaço para a apresentação de soluções inovadoras para a cotonicultura no Brasil.

    Com o objetivo de atender as demandas dos produtores e continuar contribuindo para o crescimento do mercado, a TMG lançará três novas cultivares durante o evento, sendo duas delas com a Biotecnologia Bollgard® Xtend, que conferem tolerância à ramulária, além de alta produtividade e qualidade de fibra. Oferecem também tolerância a herbicidas como glifosato, glufosinato e dicamba, além de proteção contra seis lagartas, incluindo Spodoptera.

    A TMG também ampliará seu portfólio com a TMG63XF, uma opção para refúgio, conhecida pelo alto teto produtivo e qualidade de fibra. Com esses lançamentos, a empresa passa a contar com 17 cultivares em seu portfólio, reforçando seu compromisso com a inovação e alto desempenho para o produtor.

    Publicado em: EAEMáquinas